No alfabeto da carreira, ser um profissional T é como escolher chegar do a ao z mais rápido, sem correr.
Aliás: corrida no labirinto como ratos de laboratório; associação do seu cargo / profissão com sua vida; adoção de um modelo secularmente estabelecido “sem nem pensar”… escolha a muleta que mais cabe, e vem comigo.
Houve um tempo (para quem pode viver com privilégios) em que vocação e paixão eram a mesma coisa.
Toda uma cultura de trabalho seria outra se pudesse valer para o máximo de pessoas.
No mundo real, foi construída uma indústria em torno da frustração [implícita] no cumprimento do papel social de ganhar dinheiro a partir de uma profissão.
Contudo, temos hoje algumas divisões [até mesmo personagens], que povoam o universo profissional.
Os apaixonados que gostam do que fazem versus os “eu-odeio-esse-trabalho”.
Quem está satisfeito no ambiente de trabalho X quem nunca está.
Gosto de pensar que podemos dividir basicamente nestes campos:
>> Quem faz o que gosta e não transformou isso em profissão, mas trabalha com prazer [e sucesso financeiro], pois está vivendo da sua vocação;
>> Quem somou tudo isso e faz jus à frase “encontre um trabalho que você gosta e jamais terá que trabalhar na vida”;
>> Todos os demais, que preenchem o espaço [de reclamação] em todas as redes e mídias sociais, mais as mesas de bares de quarta em diante, e as camas dos lares todo santo dia.
Por isso, acredito que conseguiremos reduzir as dificuldades que cada cabeça encontra nesse relacionamento com sua profissão / vocação / carreira.
Basta a dedicação para transformar-se num profissional T. Ilustro:
Profissionais T possuem um domínio horizontal (de razoável para amplo) das ferramentas, técnicas e especialidades necessárias para o desenvolvimento de uma carreira, construída ao longo dos anos [e de ambientes / equipes específicas].
E um amplo conhecimento (domínio vertical) de todas as ferramentas, técnicas e especialidades necessárias para que ele “troque seu sobrenome pela sua profissão”.
Ser um profissional T não depende de uma categoria ou área pontual.
É uma escolha, baseada no tamanho do propósito que você assume ao trabalhar.
O exercício da escolha de adaptação, construído no maior e mais íntimo desejo que te motiva a cumprir este papel social de estar 6 [8,10, 12…] horas por dia, de 4 a 6 dias por semana, “enclausurado” numa baia, ou num local específico.
E não precisa ter vergonha ou medo de ter como propósito, apenas ganhar dinheiro. Só é um propósito feio se você age de maneira antiética e desrespeitosa para com o outro na busca dele.
Quem não conhece algum parente ou colega de trabalho que tem como propósito “não trabalhar”?
É um desejo válido e muito interessante.
Contudo, adaptando uma frase que cresci ouvindo do meu pai, “ninguém para de trabalhar se comportando como um escravo” (a frase original era: ninguém fica rico, gastando como rico).
Em outras palavras, para ocupar aquele espaço de tempo entre estar num emprego e ter uma parte profissional da vida [o que não se faz da noite pro dia] de uma forma diferente, precisamos agir diferente.
Sugiro que você tome os seguintes passos:
Contando todo e qualquer centavo que você utiliza e consome, planeje sua vida para poder “perder o emprego” [vale tanto para quem está doido para sair do seu local, quanto para quem está mais que feliz onde está];
Com ajuda dos mais íntimos e verdadeiros amigos, e se preciso, de um psicólogo, olhe para dentro de si.
Encontre quem é a “face profissional” que mora em ti, e está aí sufocada pela personagem assumida em anos (décadas) de profissão / carreira;
Dê uma de Elsa e “lerigôu”, hehe… organize-se e faça a escolha de se especializar em tudo que gosta, e conhecer ao máximo que precisa para sobreviver [profissionalmente], acontecer;
E isso independe idade, circunstancias, tempo de área… nada é impossível para um coração cheio de vontade.
Além disso, talvez você descubra na jornada que a vida está mais para uma grande escola do que para a assumpção de uma personagem para agradar aos demais.
Escolher aprender aquilo que gosta, mesmo tendo que fazer uma dezena de coisas que não são tão legais assim, é um dos meios para se sentir importante primeiro para você.
Depois para aqueles que estão ao seu redor.
Ou seja, deixamos de nos ver como uma peça de engrenagem.
Enxergamos o que aparece diante do espelho.
Seja um profissional t e desapegue.
T de tesão de profissional.
De trabalhar não é problema [você sabe que, bem conversadinho, as pessoas é que são 😉].
Finalmente, T de tudo que eu fiz valeu a pena.
A causa é estar de bem consigo e conseguir separar a vida pessoal da profissional.
Sem a loucura de nunca se desligar, em todos os sentidos do termo.
De esperar 25, 30, 50 anos pra olhar pra vida e ficar pensando “poxa, o que eu fiz? Estive sempre muito longe de fazer o que queria…”.
Assim, a consequência é dar de cara com o sucesso pelo caminho.
Não aquele sucesso estatístico, numérico e/ou “top voicistico” do linkedin.
Dessa forma, aquele sucesso que só se observa em sorrisos.
Seus ou daquelas pessoas pelas quais você batalha.
Em respirar leve, dormir bem, viver tempo[s] de qualidade, ser rico com a quantidade certa de dinheiro para você, e não para a inveja que algo ou alguém lhe fez.
Ótimos dias, sempre!