Tonykarlos

Laranjeira não dá manga, e outras analogias safadas: pare de fazer contas burras

Tenho um pavor épico de contas burras.

Conversei dia desses com o meu terapeuta – em tempo: se tem algum investimento que vai te deixar rico, é fazer terapia.

Recomendo muito! – e falamos sobre como fazemos algumas contas burras.

Casos de “não pagar R$XXX para um jardineiro, comprar uma máquina de cortar grama e você mesmo fazer. Em Y vezes ela tá paga”.

Ou “não vou pagar R$XX pra cortar o cabelo, pois é o preço de comprar uma máquina e eu mesmo corto”.

Mas, faltou combinar com o tempo, né?

Pois o tempo que v-o-c-ê leva para fazer um trabalho no qual não é especialista, faz com que falte o foco para fazer aquilo que você realmente domina.

Obviamente, a qualidade também vai ser inferior a de um profissional experiente no tema, que levou anos de estudo e prática para chegar a um resultado primoroso e que vale quanto custa.

contas burras é igual a ficar como uma propaganda antiga: quer pagar quanto?

Repare que a questão não é poder pagar ou não.

Geralmente podemos e não queremos, otimizar [o eufemismo corporativo de cortar e reduzir] custos [para aumentar lucros] é uma obsessão em quase todas as empresas [e no orçamento doméstico]. 

É supor que está economizando de fato.

E neste [suposto] ganho financeiro, perder tempo [para fazer mais dinheiro, para qualificar outras especialidades, ou para aproveitar as demais riquezas da vida] em detrimento de aproveitá-lo como melhor entender.

Contas burras: quantas você faz no teu departamento, com os parceiros de trabalho, na vida, na tua carreira?

Quantas vezes você parou o seu metier para fazer uma atividade que não dominava, só para economizar um dinheiro [que nem sempre é seu], para investir naquela super-impressionada-uau-vem-promoção nos superiores?

Quais demandas você está lidando diariamente que não deveria cumprir mas tá suando frio, pois “se não fizer, um dos 13/27 milhões de desempregados vai fazer”?

É claro que o aprendizado constante e o acúmulo de habilidades têm que fazer parte da nossa jornada.

Nada sinaliza mais que estamos vivos que dominar novas ferramentas e capacidades.

No entanto, quando o freio quebra e você só fica aprendendo coisas novas, não coloca o seu tempo de trabalho e experiência para fazer o melhor das suas habilidades, trazendo resultados positivos para o seu setor / equipe / negócio?

Houston, we have… yes, nóis have.

o melhor atalho ainda é seguir um só caminho.

Primeiro, porque o lindo cargo que você ostenta no crachá e nas redes sociais significa que você assume responsabilidades sobre aquele tema ali.

Se você gira muitos pratos ao mesmo tempo, e o prato que te fez entrar tá parado, como faz?

Segundo (tenho uma péssima noticia, leia com calma!), 

Não existe segurança em ambiente de trabalho algum. Tem no máximo um confortinho. 

Que dura até a primeira crise, o primeiro grande problema. Ou alguém que tá fazendo o que você deveria fazer, pegar o seu lugar.

Por isso, dá uma olhadinha em que tipo de fruto você tá querendo colher.

Não vai rolar se você não der o seu melhor.

as contas burras acabam quando alinhamos nossas espectativas.

Laranjeira não dá manga.

Pode plantar a semente (escolher uma nova habilidade), separar a melhor terra (reservar um tempo do seu expediente e da vida fora do crachá / ponto), regar e adubar direitinho, até crescer (desenvolver esta habilidade e como um carro que troca o pneu ainda em movimento, sair fazendo as coisas).

Plantou laranja, só sai laranja. Vai ficar esperando manga? O problema não é da planta…

Se você não faz o que você sabe de melhor, aí sim, alguém vai fazer no seu lugar.

Em outras palavras, foca em fazer o que você tem a especialidade profunda, para entregar resultados excelentes.

No que você precisa de suporte, conte com um especialista. Exemplo: para soluções visuais.

dê o seu melhor, desde que seja o que você pode.

Da imagem de capa + recheios de conteúdos de um material [como um post], até um enxoval de identidade para um evento do departamento.

Continuando para daquela apresentação super caprichada, com dados brilhantes, até algumas artes mais simples que você precisa para uma demanda “pra ontem”, mas usa o seu tempo para fazer um visual marromeno e o conteúdo, que deveria mostrar sua excelência profissional, também fica marromeno.

Também acontece de pedir para o prestador de serviço oficial da empresa, mas ele demora, não valoriza, ou nem entrega, porque não é nada que ele esteja acostumado.

Aí você veste a camisa, mais apertada que o seu número, e fica sem respirar, desconfortável, mas lá, “vivo”. Desnecessário! Guarde o orgulho e peça ajuda.

Não estou dizendo que é pra fugir do Canva, do Adobe Spark, do Desygner, e de qualquer outra ferramenta que te permita brincar até virar um às na criação visual.

É só uma sugestão [de especialista], em forma de perguntas:

Quanto você ganha quando investe o seu tempo usando suas melhores habilidades?

E quanto você gasta para não ter uma entrega mais qualificada? Qual será o custo ao final de um mês, um semestre, um ano? Qual será o retorno?

Laranja da laranjeira, manga da mangueira.

E “todo mundo” comprando de tudo na sua barraca da feira.

Todos os superiores contentes com resultados lindos e bem apresentados.

Aquele material pra outra(s) equipe(s), dentro da identidade da marca. E ________________________________________. [insira aqui qualquer outra atividade onde você poderia contar com ajuda, mas prefere queimar seu tempo]

Bora esvaziar a caixa, freguesia?

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